Museu da Imagem e do Som inaugura nova exposição sobre democracia e produção artística

Cultura e Arte

Programação da semana prevê ainda show de Arto Lindsay, roda de capoeira e ação educativa sobre memória e justiça racial

O Museu da Imagem e do Som realiza nesta semana (11 a 15) a abertura da nova exposição chamada Vermelho Vivo (12), ação educativa sobre memória e justiça racial (13), roda de capoeira (14) e show do guitarrista americano Arto Lindsay (15).  Todos os eventos são gratuitos. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.

Abertura da exposição Vermelho Vivo

A arte como símbolo de resistência vibrante e corajosa em defesa da democracia é o que apresenta a exposição “Vermelho Vivo – Amor e Revolução”, que entra em cartaz no Museu da Imagem e do Som do Ceará em 12 de dezembro de 2024. Com curadoria de Ângela Berlinde, a mostra reúne artistas e pensadores luso-afro-brasileiros que compõem uma teia complexa e multifacetada, formada por 115 criadores, distribuídos entre 65 artistas visuais, 25 autores e editores, e 25 músicos e bandas. “Vermelho Vivo”, exposição-instalação concebida no contexto do FotoFestival SOLAR,  ocupará diversos espaços do MIS-CE.

“Esta é uma exposição eminentemente política porque é eminentemente poética”, explica Ângela Berlinde sobre a mostra que permanecerá em cartaz até 30 de março de 2025. A curadora e os artistas Bárbara Fonte, David-Alexandre Guéniot, Luísa Sequeira, Shinji Nagabe e Tales Frey estarão na abertura, que terá início às 18h e acontece na praça do MIS. Para a curadoria, “Vermelho Vivo” é também “uma revolução, uma instalação total que pulsa como um grande órgão, um coração que vibra sem limites e em plena liberdade”.

Nos caminhos múltiplos pelos quais a “Vermelho Vivo” transita há  destaque para temáticas diversas como a Revolução dos Cravos em Portugal (1974), o golpe militar no Brasil (1964), os momentos de resistência anticolonial em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, o grito das mulheres portuguesas e brasileiras contra a opressão, as pautas LGBTI e as questões indígenas. Como fios condutores dessas obras estão o anseio humano pela liberdade e a busca persistente por lançar luz contra a obscuridade.

“Vermelho Vivo” convida o público a vivenciar imagens, poemas, filmes e canções como forma de refletir sobre as ideias de Liberdade e Revolução em um momento de urgência e futuro. A mostra abrange um período de criação contemporânea que vai desde o início dos anos 1970 até os dias de hoje, englobando fotografia, cinema, literatura, performance, escultura e instalação. A exposição coletiva ocupará todas as áreas do MIS-CE, incluindo as salas expositivas, a biblioteca, a sala imersiva e as áreas externas.

O diretor do Museu da Imagem e do Som do Ceará, Silas de Paula, destaca a atualidade dos temas trazidos pela exposição, que entra em cartaz em período no qual se faz ainda mais relevante a defesa contínua e vigilante da democracia. “Ao realizar esta exposição, o MIS-CE, em parceria com o FotoFestival SOLAR, defende que a arte também tem um papel fundamental no cotidiano das pessoas ao trazer questionamentos, levantar inquietações e provocar reflexões diárias sobre a liberdade”, avalia.

A programação de abertura prevê ainda que na sexta-feira (13), às 15h, haverá exibição do filme “O que podem as palavras”, de Luísa Sequeira e Luísa Marinho. A exibição acontece na sala de projeção do MIS, localizada no andar -2 do Anexo. Este filme é um retrato das “Três Marias” — Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa — autoras de Novas Cartas Portuguesas, livro publicado em 1972 e censurado pelo regime do Estado Novo. A perseguição às escritoras provocou protestos internacionais, com apoio de figuras como Simone de Beauvoir e Doris Lessing. Com direção de Luísa Sequeira e Luísa Marinho, o filme combina entrevistas, arquivos e animações, revisitando a coragem das autoras e o impacto histórico de sua obra. Logo em seguida, o público será convidado para uma visita à exposição mediada pela curadora Ângela Berlinde, acompanhada pelos artistas Bárbara Fonte, Luísa Sequeira, Shinji Nagabe e Tales Frey.

Rotas das Memórias: Lugares de luta e resistência na cidade de Fortaleza

Em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado no dia 10 de dezembro, o Museu da Imagem e do Som do Ceará realizará uma ação educativa que visa refletir sobre o direito à memória, à justiça racial e social.

A cidade de Fortaleza possui monumentos e prédios históricos que carregam memórias do período colonial bem como do processo de abolição da escravidão, e outros espaços que ficaram marcados durante o período de ditadura militar no Brasil (1964-1985). Esta ação educativa propõe realizar três percursos formativos na cidade de Fortaleza (nos dias 13, 18 e 19 de dezembro) a fim de construir coletivamente um pensamento crítico e reflexivo sobre estes lugares de memória e esquecimento, espaços estes que se apresentam como lugares de repressão e lugares de resistência, além de terem se tornado lugar de sociabilidade que foram sendo resignificados ao longo dos anos pelo movimento negro e pelo movimento de Memória, Verdade e Justiça. A ação formativa debaterá sobre os usos e desuso dos espaços públicos.

O primeiro percurso acontece na sexta-feira (13), das 8h às 12h, e passará pela Igreja Nossa Senhora do Rosário – Praça dos Leões, Passeio Público, Núcleo de Patrimônio Cultural do Moura Brasil e Praia da Leste – Barraca Foi Sol. Estão sendo ofertadas 30 vagas e é necessário realizar inscrição neste link. O ponto de encontro será no MIS. A mediação será de Cícera Barbosa e Elen Andrade.

Cicera Barbosa é educadora popular, professora de História e pesquisadora com foco em questões raciais e de gênero. Atua como curadora de exposições e é militante nos movimentos de memória, verdade e justiça, além de ser presidente da Associação dos Amigos do Museu do Ceará.

Elen Andrade é poeta e realizadora audiovisual, formada em História e integrante do Coletivo de Audiovisual do Semiárido Algueiro. Atuou na realização do curta-metragem “Travessias” e do documentário “Damas de Barro”. Pesquisa movimento negro e educação afro-brasileira. Atualmente é arte educadora no Museu da Imagem e do Som do Ceará.

Vem Vadiar no Museu: roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto

No sábado (14), acontece a programação Vem Vadiar no Museu, uma roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto. Excepcionalmente nesta data devido às festas de fim de ano, a roda acontece tradicionalmente no último domingo de cada mês. Vem Vadiar no Museu convida a todos para gingar, brincar e celebrar a preservação desta rica herança cultural. A programação acontece das 17h às 19h, na praça do MIS.

José Maria Pereira da Silva, que no mundo da capoeira é conhecido como Mestre Urso Preto, faz parte do Centro Cultural de Capoeira: Raízes Brasileiras. Há vários anos trabalha realizando trabalho social com capoeira em alguns bairros de Fortaleza. O grupo está situado na comunidade do Campo do América, na escola José Dias de Macedo, no bairro Meireles. O trabalho é realizado principalmente com crianças e adolescentes, onde um dos principais objetivos é transmitir através da capoeira, os valores da cultura e do esporte, tendo o respeito como principal base para todo o trabalho.

Show de Arto Lindsay

No domingo (15), às 17h30, acontece na praça do MIS o show do guitarrista americano Arto Lindsay. O artista revisita canções de sua discografia e de inúmeras parcerias com compositores brasileiros, peças sonoras, músicas e procedimentos criativos em torno de seu repertório como compositor, cantor e performer.

Nas apresentações de Arto Lindsay, voz, efeitos sonoros (loops, reverbs) e guitarra dialogam e criam intersecções composicionais físico-acústicas, formas criativas do percurso de um universo sonoro que trafega pela canção, espacialização sonora, escritas e de colaborações musicais em linguagens artísticas que constitui repertório.

Para esta apresentação específica, o artista dialoga com integrantes e membros de tradicionais casas de matriz afro-brasileira e de umbanda do estado do Ceará, revisitando o seu repertório e reinterpretando pontos e batuques, através de valorosas contribuições de artistas e pesquisadores de casas como Ilé Asé Ogum Já (Itapipoca, Ceará), C.E.U – Centro Espírita de Umbanda Santa Bárbara Guerreira (Itapipoca, Ceará), e C.E.U – Centro Espírita de Umbanda PomboGira Cigana (Maranguape, Ceará). A performance sonora em sua sincronicidade perpassa por experimentações na guitarra, músicas do cancioneiro contemporâneo, cânticos, toques – intersecções sônicas entre efeitos sonoros, vozes e pluralidades de arranjos de criação e invenção em uma sistematização rítmica, introspectiva e expandida. A direção musical e de pesquisa é realizada por Eric Barbosa (que realiza os processamentos sonoros ao vivo) e Arto Lindsay.

Programação da sala imersiva e demais exposições

Na quarta e na quinta-feira (11 e 12), a sala imersiva do MIS segue com as obras “Aves do Ceará”, “Ontem choveu no futuro” e “Cores que cantam, dragões que se devoram: o universo de Chico da Silva”. A exibição das três produções acontece de forma seguida, repetindo-se continuamente. A partir das 18h de quinta-feira (12), entra em cartaz a obra “Faz escuro mas eu canto”, que integra a nova exposição Vermelho Vivo. A produção audiovisual inédita ocupará a sala imersiva de forma exclusiva até o dia 20 de dezembro.

Fora a programação da sala imersiva, seguem também em cartaz as exposições físicas “Laboratório dos Sentidos” (casarão) e “Imaginar os Cearás: memórias e tecnologias” (andar -1 do Anexo).

SERVIÇO

Abertura da exposição Vermelho Vivo

Data: 12 de dezembro (quinta-feira)

Horário: 18h

Local: praça do MIS

Exibição do filme “O que podem as palavras”, de Luísa Sequeira e Luísa Marinho

Data: 13 de dezembro (sexta-feira)

Horário: 15h

Local: sala de projeção (-2 do Anexo)

Visita mediada pela curadora Ângela Berlinde, acompanhada pelos artistas Bárbara Fonte, Luísa Sequeira, Shinji Nagabe e Tales Frey

Data: 13 de dezembro (sexta-feira)

Horário: 16h

Rotas das Memórias: Lugares de luta e resistência na cidade de Fortaleza

Data: 13 de dezembro (sexta-feira)

Horário: 8h às 12h

Local de partida e retorno: praça do MIS

Inscrições neste link.

Vem Vadiar no Museu: roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto

Data: 14 de dezembro (sábado)

Horário: 15h às 17h

Local: praça do MIS

Show de Arto Lindsay

Data: 15 de dezembro (domingo)

Horário: 17h30

Local: praça do MIS

EXPOSIÇÕES

SALA IMERSIVA (andar -2 do Anexo)

11/12 (quarta-feira)

10h às 15h:

“Aves do Ceará”

“Ontem choveu no futuro”

“Cores que cantam, dragões que se devoram: O universo de Chico da Silva”

12/12 (quinta-feira)

14h às 17h:

“Aves do Ceará”

“Ontem choveu no futuro”

“Cores que cantam, dragões que se devoram: O universo de Chico da Silva”

18h: Faz escuro mas eu canto

13 a 15/12 (sexta a domingo)

13h às 20h

Faz escuro mas eu canto

EXPOSIÇÕES FÍSICAS

“Imaginar os Cearás: Memórias e Tecnologias”

Local: andar -1 do Anexo

“Laboratório dos Sentidos”

Local: Casarão

Horário de acesso às exposições:

Quarta-feira: 10h às 18h (acesso até 17h30)

Quinta-feira: 14h às 21h (acesso até 20h30)

Sexta-feira a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30)

BIBLIOTECA MARLY MARIANO & THOMAZ FARKAS

Local: andar +1 do Anexo

Funcionamento:

Quarta e sexta-feira: 13h às 18h

Quinta-feira: 14h às 17h

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