Caixa Cultural de Fortaleza apresenta a exposição Comigo Ninguém Pode – A Pintura de Jeff Alan

Cultura e Arte

A CAIXA Cultural Fortaleza apresenta, até o dia 10 de novembro, a exposição Comigo Ninguém Pode – A pintura de Jeff Alan. A mostra que tem entrada gratuita apresenta através das telas personagens reais em suas expressões, trejeitos, traços e texturas retintas de negritudes em seu cotidiano pela ótica do artista pernambucano. O projeto tem o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. 

A exposição traz no próprio título a força da ancestralidade e do olhar que impulsiona a arte de Alan. Comigo Ninguém Pode é prova de que a planta mística que garante proteção e prosperidade em muitos lares brasileiros, é também a força que move e inspira quem caminha confiante e incansável no desejo de expandir conexões e de ampliar as possibilidades de existências negras. 

A mostra apresenta 55 obras na capital cearense, incluindo 9 peças exclusivas para esta exibição. As obras – de diversas dimensões, em acrílica sobre tela e desenho sobre papel –, figuram o cotidiano e a cultura das ruas por onde transitam os personagens de Jeff. As pessoas pintadas por ele fazem parte do seu dia a dia. Gente, geralmente, conhecida.

Com curadoria de Bruno Albertim, a mostra chega a Fortaleza depois de passar por Recife, Salvador e Rio de Janeiro, com visitação total de mais de 95 mil pessoas. Albertim, ressalta que o trabalho de Jeff resgata as narrativas e os rostos ancestrais dos que foram dizimados da história. Dos que choraram a dor de rupturas familiares, de extermínio, de escravização de seus corpos. Na percepção do curador, o artista reescreve a saudade permanente e sem rostos, cuja face sumiu da história. “Jeff Alan preenche os espaços em perverso branco da história. Sua potente narrativa visual, preenche fraturas da memória coletiva e projeta a cura de antigas feridas”, afirma Bruno. 

Jeff Alan traz para Fortaleza uma exposição carregada de significado e pertencimento. A exposição é uma manifestação artística que visa dar visibilidade às histórias e rostos de moradores de sua comunidade. “Minha arte nasce da necessidade de ver representados, nos equipamentos de cultura, os rostos e histórias do meu bairro. Quero que as pessoas se vejam nas minhas obras. Cada retrato, cada cor, cada detalhe é um reflexo da minha vida, da minha família e da comunidade que amo”, explica.

As obras da exposição possuem placas em braile e audiodescrição. Também contará com um mural efêmero, que será apagado ao término da mostra, uma provocação sobre a natureza transitória da arte urbana e a discussão sobre o grafite dentro do museu.

Sobre o artista:

Jefferson Alan Mendes Ferreira da Silva, pernambucano, cresceu no bairro do Barro, na Zona Oeste do Recife, de onde teve influências mais que diretas nos seus quadros. Jeff nasceu artista e sonhava em ser, exatamente, quem ele é hoje. Quando criança se imaginava expondo as suas telas pelo mundo. Do pincel faz a sua expressão mais genuína e preenche de cor e de sentidos as negritudes urgentes que se agigantam em sua frente. 

O artista já teve suas obras expostas em países como França e Inglaterra. Hoje, conquista, cada vez mais, a atenção do público e da crítica ao ser um dos nomes mais promissores das artes visuais no mercado de arte contemporânea brasileira. 

Fonte: Caixa Cultural

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